quinta-feira, 23 de setembro de 2010

(re) lembranças

Não sei que nome dar a isto. Não é uma campanha nem angariação de fundos. É um acto de amor, de certa forma. Está a correr muito bem e todas estamos muito contentes com a bondade das pessoas. Não que nos surpreenda, não. Já o comprovámos em dezenas de outras situações e só temos pena que outros não rejubilem com esta visão, pois o mundo interior de todos vem sendo povoado de imagens de egoísmo, maldade, impunidade e indiferença de vários sectores da sociedade. Agora é começar a imaginar a cara da Paula quando receber as coisas. Metade dela não se sentirá à vontade, a outra metade vai ficar enternecida, agradecida, julgo que feliz pela solidariedade, mas, contas emocionais feitas, o que importa é tirá-la do sufoco. Permitir-lhe respirar um pouco mais de tempo até, quem sabe, uma dádiva, um milagre ou apenas um pouco de sorte consiga fazer com que alguma das entrevistas a que ela e o marido têm ido, dê certo. Dê muito certo. Para já, conseguimos juntar donativos na ordem dos duzentos e tais euros e espero que até ao dia 4, mais alguns amigos venham de dar um pouco de si a esta família. Um pouco de amor, que isto é genuíno amor pelo próximo. Não adianta pedir a quem ainda aqui não veio. Tem de haver um clique. Aquele clique. Há pessoas que dão para outras causas. Pessoas que fazem isto todos os dias, organizam ou contribuem. De certa forma, invejo a textura cívica daquela altura em que a pobreza no nosso País era tal que as pessoas criavam filhos de outros, um dois ou três, a quem chamavam afilhados e aos quais nunca cortavam a possibilidade de amar a família que os criou e a família que os pôs no mundo. Não havia fronteiras nesse amor. Na maioria das vezes, ajudava-se porque os elos comunitários eram fortes e a solidariedade não tinha nome. Era só aquele dever interior de não deitar a cabeça na almofada, sabendo que o vizinho do lado estava a sofrer e a passar necessidades. Não é um tempo que se inveje, pois não, embora, em certos aspectos caminhemos para lá.  O que se inveja e se celebra são esses laços que envolvem suavemente os outros, até que estes percebam que não estão sozinhos no mundo. Todo o homem é nosso irmão e é verdade. E um irmão cuida, defende, protege, dá um empurrão para a frente.

O NIB para os donativos relativos ao Cartão Continente:

0007 0000 15326500133 23

A morada para o envio de roupas e outras coisas que queiram oferecer:

Susana V. 
Rua das Valas, 25
4510-154 Jovim
Gondomar

8 comentários:

  1. Olá, eu estou no Porto e tenho calçado de Inverno que deixou de servir à minha filha, além de alguma roupa. Seria possível combinar entrega em mãos, para ser mais fácil? Deixo o meu email para combinar: kya2005@gmail.com

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  2. Erika, é possível sim. Assim que possa, envio-te um email. Obrigada!

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  3. o seu é o exemplo de solidariedade activa, que me deixou sinceramente sensibilizada. Um abraço. MHelena

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  4. Neste momento contamos com 233 euros para o cartão Continente :))))

    Torno a lembrar que necessito dos comporvativos das transferências de modo a conseguir identifcar cada transferência. Podem enviar para dsousa@sapo.pt ou zaidaafonso@sapo.pt, mas enviem por favor.

    Muito Obrigada a todos !

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  5. Que bom. Se todas ajudarmos um bocadinho fazemos a diferença sim. :)

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