Imaginem que o vosso saldo bancário está quase a zero e o vosso País está de tal forma que não há já lugar para a esperança. Todos os dias de manhã à noite, pensam no quanto gostariam de voltar à vida activa, de fazer parte do todo, de levar dinheiro para casa, de fazer férias, de comprar um mimo, de não ter remorsos de cada vez que o vosso cartão de débito paga as contas do hipermercado. Imaginem como é não conseguir deixar de pensar em dinheiro ou na falta dele. Minuto após minuto, são essas as preocupações que consomem o vosso tempo, esse tempo que se esgota sem dó nem piedade sem esperar por vocês. Imaginem o que é não poder ir passear, arejar, ver outras paisagens, jantar fora, ir ao cinema, comprar um livro. Para alguns, seria já suficientemente mau e dramático porque a vida é também prazer e não só obrigações e deveres. Mas há outro patamar abaixo deste (há muitos, aliás), quando vocês deixam de ter dinheiro para pagar livros escolares, contas, comida e empréstimos, quando já não conseguem fazer frente a um imprevisto ou custear as roupas dos filhos para a próxima estação. Já para não falar das vossas próprias roupas, que ficam sempre no último lugar das prioridades. Tudo fica em último, pois uma mãe abdica sempre de si mesma para garantir o bem- estar dos mais pequenos. Que mal é que eu fiz? Não há nada em vocês que não mingue, a começar pela alegria. Vai-se a auto- estima, o prazer de viver, passam a sentir-se desinteressantes, sem aptidões ou talentos. Se calhar não valho nada. Começam a descurar a aparência e deixam de se importar com o mundo que corre lá fora porque o mundo também não se importa convosco. As portas fecham-se e aquele milagre que não chega nunca. Fomos abandonados por Deus? Imaginem que já não há vontade de estar com amigos, de sair de casa, de conviver, de viver? Não há dinheiro para gastar e não tenho roupa para vestir. não vou a lado nenhum. Conseguem imaginar a solidão? Porque é que só acontecem coisas boas aos outros?
É assim muito difícil perceber porque é que algumas destas pessoas desistem? Não, não é difícil de perceber. Peço-vos que deixem aqui uma mensagem de apoio para a Paula, para esta Paula e para as outras que possam rever-se nesta situação. Ainda que falte muita coisa em termos materiais, que regresse a fé nos outros e se esbata a solidão.
Muita força! Que Deus vos abençoe!
ResponderEliminarRita
Não desistam.
ResponderEliminarMas a Paula não está sozinha, há muito quem se importe com ela, com eles.
ResponderEliminarNão deixes de acreditar minha querida amiga, não te deixes afundar, a vossa sorte vai virar, o sol vai voltar a brilhar !
Rezo por Vós .
Tem sim. :) Amigos, conhecidos e anónimos. Mas esta solidão não é por falta de amigos. É pelo País que parece virar-nos as costas. Quem não produz, é esquecido. Ou sente-se esquecido.
ResponderEliminarRezarei por todos os que não têm emprego. Que a sua vida se encha de amor até que os maus tempos vão embora.
ResponderEliminarUm beijinho para a Paula e para a família
Adília Santos
Paula não deixe de acreditar nunca!
ResponderEliminarUm beijinho cheio de coragem de seguir em frente, de coragem para ultrapassar este grande obstáculo que caiu no vosso caminho.
Também estou a passar pelo mesmo. Cumprimentos e votos de coragem.
ResponderEliminarcarlos
Paula estamos contigo!! Não desanimes que há sempre uma luz ao fundo do túnel!! Acredita sempre, nem que seja pela menina!! Nós não vamos desistir por vocês, por nós, por todos!! FORÇA!
ResponderEliminarTenho um casamento dia 23/10 de um amigo do Porto onde vão estar os meus amigos do Porto e arredores!! Vou "massacrá-los" a ver se arranjo um emprego...Isso é que eu gostava mesmo. Vamos ver ;)
Zá, transferi agora 150 EUR! Já me estava a fazer "comichão" na minha conta :P
Vou tentar arranjar mais e assim q tiver mais, entro em contacto convosco.
Roupa estou a juntar alguma e vou mandar! Até comprei umas coisas novas para a menina assim em tom de prenda para animar [com o meu dinheiro, claro].
Beijos Grandes e coragem que eu tenho fé q melhores dias virão!
Que querida, Nô.
ResponderEliminarQue peça o rendimento minimo..
ResponderEliminarHá tantos á boa vida a recebe-lo não há que ter vergonha de pedir o rendimento minimo numa situação destas.
Para o anónimo que referiu o rendimento mínimo... nem todos temos direito a ele. Sei o que a Paula está a passar, pois já passei por isso... Felizmente, o meu marido está empregado e eu faço umas coisinhas, que dão para o pão do dia a dia.
ResponderEliminarNão desistas Paula, melhores dias virão.
Eu enviei um presentinho, hoje para a menina, foi feito à pressa, pois ainda o queria enviar hoje e estou meio adoentada...
Força, muita força...
Beijocas grandes
Obrigada, querida Lea!
ResponderEliminarEstou deste lado, também. Recebi o ordenado hoje e ajudarei com qualquer coisa. Diz-me o meu coração que aquilo que nos sobra pertence aos que não têm o essencial.
ResponderEliminarForça Paula, a maré muda sem nos pedir licença, um dia destes há-de mudar para melhor.
Pouco ou nada tenho para lhe dar, a não ser dizer à Paula e sua família que não desista de ter esperança e coragem, melhores dias virão. É como diz o ditado: "depois da tempestade há-de vir a bonança".
ResponderEliminarUm abraço de solidariedade
Beijinhos
Essa história de dizer que quem recebe o rendimento mínimo anda na boa vida é um mito criado por quem nos rouba aquilo a que TODOS temos direito. Não se deixem enganar. Por ti, depois diz-me como é que eu faço com os sapatos e mais uma ou outra coisita que consiga angariar pelo caminho...
ResponderEliminarSei muito bem do que falam...muito muito muitíssimo bem...o ter que decidir entre uma peça de roupa, um par de sapatos, ou um frigorífico com qq coisita...é complicado...ou um par de óculos, uma consulta no médico...enfim...
ResponderEliminarSandra